Esse é um passeio meio histórico meio natureza. A estrada velha de Santos (também chamada de Caminho do Mar) conta parte da história do Brasil Império.
Um lugar de muita riqueza da mata atlântica, cachoeiras e construções históricas, o caminho do mar é um ótimo passeio para quem gosta de caminhada e natureza.
Atualmente o local é fechado e só pode ser visitado com horário agendado e pagando uma taxa pela conservação do local por pessoa. O passeio é feito à pé com guias e no seu ritmo. São duas etapas. Uma que chega até metade do caminho até uma das antigas paradas de carros e a outra que desce até a cidade de Cubatão, próximo da refinaria. Depois disso o grupo deve solicitar um transporte que leve até à portaria da entrada em São Bernardo do Campo/SP.
Para comprar os ingressos, acesse o site:
https://www.parqueestadualserradomar.sp.gov.br/pesm/nucleos/caminhos-do-mar/contato/?filter=agendar
A região é protegida uma densa floresta e fauna (mas parte ela está em extinção). Além de riqueza natural, o trajeto tem importância histórica porque Dom Pedro I passou por um trecho desse caminho quando se dirigia a São Paulo, antes de proclamar a Independência do Brasil, em 1822.
Nesse dia estava chovendo e bem úmido. Não conseguimos visualizar muito a praia e a paisagem no horizonte, mas ainda assim o passeio foi encantador. Você verá nas fotos.
Prepare-se para essa caminhada. O trajeto completo tem duração de 4 a 5 horas, é de intensidade moderada na descida e intenso na subida. A intensidade está relacionada à inclinação da estrada. Mas, o que é bacana é que você faz no seu ritmo. Toda a estrada é asfaltada e tem muros e cabos de aço para apoio.
Leve repelente por precaução. Não precisamos no dia, mas sabemos que áreas de mata possuem muitos insetos e os borrachudos. Dentro do parque não tem nenhum estabelecimento que venda água ou alimentos. Portanto, leve sua garrafa e um pequeno lanche para fazer nas paradas. Tem dois pontos de bebedouros durante o trajeto que você pode abastecer sua garrafa.
Existem cachoeiras pelo caminho, mas não é permitido entrar na água e nem utilizar trajes de banho. Também não pode levar animais de estimação ou qualquer outro objeto esportivo como bicicleta, patinetes etc.
Também vale reforçar que o visitante não pode tirar nada do lugar e deve ajudar a manter a preservação dos locais e da natureza ao redor.

Primeira parada
As paradas são incríveis e foram tombadas pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) do Estado de São Paulo.
A primeira parada é a Casa de Visitas do Alto da Serra. Foi construída em 1926 para servir como hospedaria para aqueles que vinham visitar a Usina Hidrelétrica Henry Borden.
Nessa casa, envolvida por uma natureza exuberante, é possível verificarmos fotos antigas dos trabalhadores e gestores que construíram a usina e que serviram de referência para outros países pela complexidade do projeto. Os dutos que puxam a água da represa (parte de cima) para as turbinas (que ficam na parte debaixo) tem uma inclinação de 60 a 45 graus, o que eleva a pressão de 11.000 litros por segundo. Era um desafio controlar a pressão e o desgaste dos componentes das turbinas, já que não existia tecnologia como hoje.


Segunda parada
A segunda parada é o Ponto Paranapiacaba (que significa local onde se vê o mar). Lá tem uma construção de 1922 e que servia como parada para carros durante a viagem para a Baixada Santista.
Na fachada foram colocados azulejos que mostram um mapa rodoviário de 1923. A arquitetura e a paisagem são excepcionais. Nesse local podemos ver a Baía de Santos através de uma janela dessa casa, mas no dia não conseguimos visualizar devido à neblina. Vale a pena fazer muitas fotos aqui, principalmente em um dia de sol (que são raros durante o ano).
Nessa área tem a Curva do Mirante, também conhecida como Curva do Uau porque essa era a reação dos visitantes que chegavam nesse ponto rsssss. Então, já imagine como é esse local.




Terceira parada
A terceira parada é o Belvedere Circular, um local que marca o primeiro cruzamento da Calçada do Lorena com a Estrada Velha. É o trajeto mais aventureiro do passeio. A calçada do Lorena é um caminho histórico e que foi utilizado pelo D. Pedro I antes de seguir viagem para dar o Grito do Ipiranga. Ocorreu uma restauração em 1992, mas o trecho original ainda está preservado. Muita atenção quando andar pelo local porque os musgos encobriram as pedras e fica muito escorregadio. Nossa guia conta uma história divertida sobre a calçada do Lorena. Fofoqueiros de plantão contam que, quando D. Pedro I chegou em Cubatão, teve um desconforto abdominal e foi medicado por uma curandeira da cidade. Quando se curou, seguiu viagem. Ou seja, quase não foi declarado o Grito da Independência por essa situação atípica com D. Pedro I kkkkkkkk.

Quarta parada
Chegamos ao Rancho da Maioridade. Essa instalação servia como ponto de apoio para os carros da estrada. Muitos carros quebravam nessa região e precisavam de conserto. É aqui que também paramos para fazer nosso lanche e recuperar um pouco o fôlego do primeiro trajeto. Nesse ponto também se separam os grupos: os que irão retornar para a entrada de São Bernardo do Campo e os que irão descer até Cubatão.
Até aqui são 5 km de descida e depois mais 5 km de subida para retornar.
Conseguimos ver uma pequena parte da usina hidrelétrica de Cubatão entre a neblina, mas não vimos o mar. O passeio foi incrível e nos surpreendeu muito.
Se você puder, faça o passeio também e tire muitas fotos para recordar.



Também disponibilizamos duas fotos aéreas e dois vídeos que mostram mais detalhes desse caminho para o mar.


Vale ou não vale a pena conhecer? Comenta no post e indica lugares incríveis para eu conhecer também!